Escoliose é definida como uma curvatura na coluna vertebral, maior ou igual à 10 graus no plano coronal (visão de frente) do paciente. Existem inúmeras causas para o surgimento da escoliose, esta pode ser classificada como: neuromuscular, neural, sindrômica, congênita e idiopática. 

Escoliose é definida como uma curvatura na coluna vertebral, maior ou igual à 10 graus no plano coronal (visão de frente) do paciente. Existem inúmeras causas para o surgimento da escoliose, esta pode ser classificada como: neuromuscular, neural, sindrômica, congênita e idiopática. 
A escoliose neuromuscular é aquela na qual a criança apresenta um retardo do desenvolvimento neuropsicológico, como a paralisia cerebral, e uma somatória de fatores determina o surgimento da deformidade: fraqueza muscular, pouco controle do tônus muscular e espasticidade (“enrijecimento” da musculatura). 
A escoliose sindrômica ocorre quando há alguma síndrome genética associada, as principais são a neurofibromatose tipo 1 (NF1) e a síndrome de Marfam. Já as neurais, são causadas por alguma alteração neural, como a deformidade de Chiari I ou siringomielia e são causas mais raras. 
A escoliose congênita acomete crianças que nascem com alguma alteração estrutural da coluna devido a um defeito no desenvolvimento do feto. Umas das principais anormalidades são as hemivértebras e as barras vertebrais (fusão do corpo vertebral), sendo defeitos de segmentação vertebral. Representam em torno de 10% de todas as escolioses, acometem crianças desde o nascimento e a progressão da curva depende do número de vértebras alteradas, da localização, do tipo de defeito e o grau de rotação da vértebra.
A escoliose idiopática é a mais frequente (cerca de 80% casos). Pode ocorrer em todas as idades da infância, sendo dividida em: escoliose idiopática de início precoce (0-10 anos) e escoliose idiopática de início tardio (acima de 11 anos). No passado, classificava-se em 3 subtipos: infantil, juvenil e do adolescente. 
escolioseA progressão da curva depende de alguns fatores: idade da criança, a menarca em meninas (puberdade correlaciona-se com picos de crescimento), o grau da escoliose, o nível da escoliose (lombar, torácica e cervical) e a maturação óssea da criança (índice de Risser - qual fase de crescimento ósseo, medido pela ossificação da bacia no raio- X em AP; sendo Risser 0 totalmente imatura e Risser 5 quando a maturação está completa). Assim, quanto maior o grau da escoliose em uma idade menor, maior a chance de progredir a curva. 
Em relação ao tratamento, primeiro devemos saber qual é o tipo de escoliose. Pois, cada subtipo terá suas peculiaridades; nos casos neuromusculares sabe-se que são progressivas, curvas mais rígidas e longas; sendo necessário a abordagem por uma equipe multidisciplinar mais precocemente, para o seguimento, sendo que levamos em consideração a cirurgia, nos casos com grau de escoliose maior que 50 graus e dificuldade para sentar numa cadeira de rodas. Mas, de uma forma geral, o grau da escoliose é o principal fator utilizado para se determinar se será necessária a abordagem cirúrgica ou não. Escolioses acima de 40-50 graus são indicação de cirurgia. Em relação a qual técnica utilizar, existem inúmeras e fogem do nosso objetivo aqui, basicamente são utilizadas artrodeses com parafusos pediculares por via posterior. As escolioses entre 10-20 graus são acompanhadas através de exames de imagem periódicos (raio-X anual); as entre 20-40 graus têm tratamentos clínicos específicos: colete (depende do nível da escoliose para indicar qual), fisioterapia e fortalecimento muscular. Há muita controvérsia na literatura quanto ao uso do colete, pois não existe muita evidência quanto ao controle da progressão das curvas. 
Nem todas as formas de escoliose pioram, mas aquelas que o fazem devem ser tratadas assim que possível para prevenir uma deformação grave. A escoliose e o seu tratamento frequentemente interferem na autoimagem e na autoestima dos adolescentes. Aconselhamento ou psicoterapia podem ser necessários.

Dr. Vinícius Marques Carneiro