Depois de muito tempo, encontrei meu amigo de turma Bernardo numa festa, estranha e pouco animada. Bernardo foi o único colega de turma que se aventurou na especialidade que cuida dos problemas da mente. Até parece que no primeiro dia de aula ele já tinha o destino traçado...era a pessoa certa no lugar certo!
Depois de muito tempo, encontrei meu amigo de turma Bernardo numa festa, estranha e pouco animada. Bernardo foi o único colega de turma que se aventurou na especialidade que cuida dos problemas da mente. Até parece que no primeiro dia de aula ele já tinha o destino traçado...era a pessoa certa no lugar certo! Começamos a conversar no meio daquela gente estranha... e o Bernardo disse para mim num tom misterioso.
- Cara, o mundo está esquisito. Tem louco para tudo!
Tem louco que acha que é normal,
tem “normal” que finge que é louco...
Tem louco manso...
tem louco que acorda cedo...
tem outro que acorda mais cedo ainda...
e fica mandando mensagem de bom dia para todos, todos os dias.
Tem louco que se veste de santo
...tem santo que não sabe que é louco.
Tem louco que fala muito e escuta pouco...
tem “normal” que só diz maluquice.
Tem louco que trabalha o tempo todo
tem outro que finge o tempo todo que trabalha.
Tem louco amigo,
companheiro,
tem outro que procura um amigo.
Tem louco que ri o tempo todo de tudo,
tem outro que só faz rir.
Tem louco que corre todo o dia.
tem outro que o dia inteiro é uma loucura.
Tem louco que vive a vida no virtual.
tem outro que faz a vida uma loucura gostosa.
Tem louco que se veste como “normal”.
tem “normal” que faz questão de se vestir como louco.
Tem louco nervoso,
agitado
e falante.
Tem outro tranquilo,
pacífico,
e quando fala baixo
só maluquice.
Tem louco que abre a cabeça,
Tem louco que só solta a loucura quando precisa.
Tem louco que opera,
E faz cada loucura por aí...
Depois deste desabafo, Bernardo olha para o lado, contemplativo e diz:
Gostei da nossa conversa, de verdade! Está ficando tarde, tenho que ir para minha casa...Verde.
Fique em paz com todos os outros loucos por aí.
Por Ricardo Santos de Oliveira